domingo, 20 de março de 2011

Eu não queria ser Bipolar

Cérebro


Eu não queria ser Bipolar.
Não gostaria que mudanças climáticas mínimas me alterassem.
Eu quero ser normal. Minha luta é esta. Às vezes me confundo e deixo de viver o meu tempo para superar a situação.
Viajar para mim, ainda que eu adore, é sempre uma tarefa homérica.
Eu protesto contra a minha fisiologia cerebral que me construiu como sou!
Eu luto diariamente contra aquilo que esta doença almeja e deseja fazer de mim.
Caio, levanto, caio, levanto, me canso e choro, me deprimo, rio da minha situação.
Rir para mim é sempre o melhor remédio ainda que seja uma crise de risos.
Vou para o meu próprio abrigo mental e me aninho, lá dentro encontro comigo e meu ponto de equilíbrio.
Volto refeita para as batalhas diárias.
Mas um dia queria um colo para deita e deixar as lagrimas que brotam da inconformidade, da peleja interior, baixar a guarda com alguém um pouco, só o suficiente para deixar sair o inconformismo e a dor.
Porque dói ser aquilo que nunca pensaste ser. Vitima de tuas próprias teias mentais.
Não tenha pena, não sinta dó, dê pão e leite à moça que lhe pede todos os dias. Ela deve precisar muito mais de compaixão que eu. Eu preciso da força que a terra me dá todos os dias.