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caminho até aqui |
Se um "carinha" me disse que é bipolar, no primeiro momento eu já foi ficar com um pé atrás, mas vou dar uma chance; mas dependendo do rumo da conversa eu caio fora, e sabe por que?
Somos difíceis de conviver, de suportar.
Agora imagine que você está no seu trabalho e ninguém sabe que você é bipolar, e como já ocorreu comigo, escutei uma historia onde uma companheira contava que o cunhado bipolar já estava na quinta internação, tentara suicido, bla bla bla...
A reação dos presente foi a de se tratar de um louco, de alguém que jamais pudesse ser inserido na sociedade, alguém que não possuísse o direito de pertencer ao "grupo".
É claro que eu tentei minimizar a situação sem dar muito na cara de que era bipolar, pois parecia que todos falavam de algo horrível e contagioso. Aprendi naquele dia que não podia contar a praticamente ninguém que eu era bipolar, se eu contasse correria o risco de ter minha sanidade questionada, de ser constantemente julgada, observada e em fim, seria muito chato, e quanto fica chato, fica estressante, se é que vocês me entendem.
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Britney Bipolar |
Foi assim que decidi fazer o blog sem revelar minha verdadeira identidade, foi uma maneira de me preservar. Logo veio a moda com a Britney bipolar, depois a Zeta-Jones, e a maioria das pessoas minimizou esta condição.
Ainda assim é um terreno perigoso por que muitos bipolares que não conseguem ajuda, e outros que gostam de estar surtados; desculpa, eu sou bipolar sei como são os surtos e me poupe, dá pra controlar no começo deles, só precisa disciplina, tem gente que gosta de ser vitima e conheço muita gente assim! Mas continuando, por causa de anos de tratamento inadequado e gente que gosta de ficar na merda fizemos má fama e geramos muito preconceito.
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Zeta-Jones Bipolar |
E isso é generalizado, também depende do nível mental de quem julga e quem se sente julgado.
Conheço por exemplo, esquizofrênicos que tomam seus remédios e vivem "normalmente" por que se abstém do uso de álcool e alucinógenos, cada pessoa tem um caminho para sua cura, seja através de remédios ou de terapias alternativas a questão é focar na recuperação.
Acredito que a nova fase que nos encontramos é a de acabar com o preconceito em relação à nossa doença, e para isso é necessário um pouco de esforço da parte de todos.
Afinal difícil e severo mesmo é o primeiro surto, quando agente não sabe o que tem, o que é que está acontecendo, depois é prevenção!