terça-feira, 26 de julho de 2011

Ao Abate!

Não sei o que escrever porque estou tão perdida por dentro e por fora que qualquer coisa que eu escreva vai ser desconexa!
Me sinto como um bicho de criadeiro indo para o abate...

terça-feira, 24 de maio de 2011

E a CULPA é de quem?

Eu aprendi que a culpa não é de ninguém não, ela está vivendo em algum lugar do espaço com as outras culpas, como os sacos plásticos que se desfazem elas vão parar em algum lugar desconhecido.
Para mim é uma parada muito engraçada essa da culpa. Não sentir culpa, não culpar ninguém e etc..
Esses dias eu estava pensando sobre algumas situações da minha vida, algumas fases dela, onde querendo ou não culpei as pessoas e a mim mesma.
A culpa existe, muita gente foge dela, outros correm atrás dela, alguns são ateus da culpa,  não acreditam nela.
Eu cheguei a conclusão de que a culpa, assim como os números, é relativa. Tudo depende da situação.
Como disse antes, aprendi a não culpar nem a me sentir culpada para ser saudável (mentalmente falando). Até que de repente eu penso; bem, bem... tudo estava "relativamente" bem na minha vida até aquele sacana aparecer no Msn, me convidar para ir a Espanha e assim desbaratinar minha vida, para logo depois de miseros dois anos me enviar um e-mail dizendo que não queria me iludir... COMO? Não queria me iludir, cara você me pediu para ir morar com você e disse que me amava e tals!
Mas eu não o culpei, eu não me culpei, eu analisei a situação com imparcialidade e pensei que em realidade a "culpa" (olha ela aí) era da situação em que nos encontrávamos... Pobre da situação!
Bem bem... Logo depois dessa eu levo uma surra, sim uma surra, cheguei em casa e um um tio de criação me bateu, me espancou, todo mundo disse que era culpa da bebida, era culpa de ele ser adotado. Eu pensei, "culpa o meu c@" quem apanhou fui eu, quem está com uma lesão permanente no ombro sou eu, quem ficou quatro anos isolada da familia fui eu, quem está falando disso agora sou eu, e quem teve que escutar da familia toda que meu comportamento influenciou a atitude dele fui eu, e quem foi de certa forma coagida a ir embora, e ficou os oito meses seguintes isolada, sozinha porque ninguém conseguia lidar com o problema e quase enlouqueceu, FUI EU!
Então eu digo uma coisa, a culpa é dele! Não é do sistema, não é minha, não é de ninguém mais, eu como mulher,  não podia ter feito nada, e se em algum momento qualquer pessoa disser que eu direta ou indiretamente tive a porra da culpa FODA-SE, não existe ser humano apanhável ou estuprável, isso é mito, todos os dias sou eu quem levanta lutando contra as feridas emocionais que isso me causou.
A culpa existe, ela só deve ser bem aplicada.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Eu era Bipolar e não Sabia!

Eu já quis escrever um livro em um dia;
Eu já quis me matar várias vezes, hoje não mais!
É triste saber que eu não sou dona de mim em muitos momentos.
Que se afrouxar o controle me perco.
Gostava da época que não sabia que era Bipolar e saia mundo afora sem estar acorrentada ao medo de ficar sem remédio, sem suporte familiar, sem futuro... Eu vivia esse paraíso e era ciente dele, e isso de certa forma me entristecia.
Quando tudo acabou eu cortei as veias dos meus pulsos, ou isso tentei.
Eu sempre previ um futuro funesto, algo de tosco sobre mim mesma. Como se eu desenhasse a minha vida; a primeira fase, ainda que atropelada feliz entre idas e vindas e logo a convalescença de ser como e quem sou, carregando este fardo ao qual as vezes não me acostumo.
Gostaria de voltar a ser aquela garota inconseqüente que tomava banhos de rio durante a chuva e via o pôr-do-sol desde o telhado, meu mundo era fantasia, era felicidade, eu era Bipolar e não sabia!

CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR!
Dentro e fora, em mim em você
"We don't need no more trouble"


Foto: Galeria Brasiliana

quarta-feira, 4 de maio de 2011

"Ser Bipolar Não Te Define"

Conversando com minha psiquiatra sobre o Blog ela me lançou essa frase.
Meu deu muito o que pensar, então eu repasso.
SER BIPOLAR NÃO TE DEFINE!
Graúna-Henfil
Foto: Sem crédito

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A Diferença Entre A Doença E O Caráter


Quando meus médicos (psicólogo e psiquiatra) me confirmaram que eu era Bipolar, eu demorei muito a aceitar. Por um lado eu queria uma coisa que justificasse determinados comportamentos meus que eu não tinha ainda o controle, ou não podia reagir, por outro foi difícil saber que eu possuía um diagnóstico passível de preconceitos.
Acho que até hoje de certa forma eu não acredito em minha “bipolaridade”.
Mas definitivo para minha melhora foi separar quem eu era daquilo que é a doença, sabendo que cada cabeça é um mundo e cada individuo reage de uma maneira diferente as suas situações de vida.
As situações que desencadearam este diagnostico de certa forma moldaram-me para a minha reação e ação.
Nunca me foi permitido o vitimalismo, eu sempre precisei seguir em frente; apesar de anteriormente, antes de saber, que era Bipolar ter desistido; voltei à razão e sempre disse a mim mesma que eu era uma guerreira e tudo aquilo que não me matasse, me fortaleceria.
Então, dependendo de cada pessoa, o Fator B irá se manifestar de uma forma particular, generalizar seria injusto.
Eu hoje aceito meus limites (ou limitações), convivo com eles, mas isso não quer dizer que eu não os explore sempre que possível. 
Meu mantra nos momentos difíceis?

 "A vida te preparou para este momento"

Meu mantra nos momentos felizes?

"A vida te preparou para este momento"

Tudo sempre pode melhorar, eu acredito em mim!

domingo, 3 de abril de 2011

Fim do Tremido Trimestre

É gente, parece que passei na prova!
Aquela que exigia que eu ficasse três meses em um ambiente hostil e pudesse me manter equilibrada.
Manter meu limite. Até o dia 8 de abril, quando reencontrarei a minha psiquiatra e então faremos o balanço!
Mas estou feliz e otimista até agora. Consegui manter o meu limite e não invadi o de ninguém (eu acho!!).
Aviso aos navegantes: vocês que nestes momentos adoram parar de tomar os remédios!!!
Não parem, leva tempo para o remédio fazer efeito e quando ele finalmente faz vem um (in)feliz e para de tomar!
Não pode!
Não pode não!!!
Tenha fé em vc e em Deus (ou em Jhah!).
E confie no seu medico e peça a todos os seus santos abençoarem os pensamentos do coco que cuida do seu!
Amém, que assim seja pelo bem de todos!

É tudo psicossomático?

Relativo simultaneamente, aos domínios psíquicos e orgânicos

Hoje estava na fila da farmácia com uma cartela de analgésico+relaxante muscular na mão que tremia incontrolavelmente pela pressão baixa devido a uma dor de cabeça, ouvido, olhos e coluna que persistia desde a madrugada quando junto às companheiras de fila começamos a conversar quem falou primeiro eu não lembro.
Uma se absteve a concordar com o que a terceira _ enfermeira atendente em um CAPS_ me diagnosticava como estressada e depressiva... Errar ela não errou de todo, porém não era o caso.
- Queridas _ eu disse_ não vamos generalizar, hoje em dia os médicos estão trocando diagnósticos devido a isso. No meu caso, neste momento não é stress, de fato se fosse há alguns anos atrás, apesar de não admitir, seria, porem hoje é dor mesmo. Por outro lado já presenciei situações onde pessoas em plena crise de pânico foram diagnosticadas com os piores problemas cardíacos em uma emergência para no dia seguinte serem encaminhadas a um profissional competente!
Porém a tal enfermeira queria vender o peixe dela, e não havia forma! Ela repetia e repetia que eu estava com depressão. E a senhora que compartia a fila continuava a concordar com a cabeça.
Foi então que...
A coisa chegou a um ponto onde eu tiver que contar até cinco (não consigo chegar aos dez, os dez acalma e eu não queria ficar calma) e soltar o verbo do anti-preconceito.
Psicossomático é aquilo que agente não consegue resolver e transmite pro corpo, a senhora não pode olhar uma pessoa desconhecida, passando mal e rotulá-la de depressiva por uma dor de cabeça, e mesmo que ela seja depressiva hoje por hoje preconceito é coisa de gente ignorante. A população brasileira sofre, sofre de milhões de coisas, fome, falta de escola, de acesso a saúde, mas pior que tudo isso é o englobamento de todas estas coisas juntas dentro de apenas uma: P-R-E-C-O-N-C-E-I-T-O.
Não é sua culpa rotular e discriminar alguém que julgas estar “doente de depressão” já que essa é uma moda agora, porém se fosses tu em meu lugar gostarias de saber como se sentiria. Ou como sua filha estudante de psicologia se sente com a anorexia dela tendo o ser humano que a senhora é como mãe.
Logo depois de pensar tudo isso e nada dizer, pois foi tudo na minha cabeça e eu realmente estava com muita dor, ouvi próximo, foi minha vez, -R$ 3,45 moça, - Obrigado, boa sorte para as senhoras!
Percorri o caminho de volta fumando como louca e pensando em como as pessoas tem seu próprio caminho a percorrer, e que realmente, se fosse há alguns anos atrás, seria stress; um ventinho fresco batendo no meu rosto e eu pensei essa dor não me mata, mas eu mato ela!
Além do mais o termo certo para uma doença atribuída unicamente a fatores psicológicos o termo correto é PsicogênicoPsicossomático se refere a doenças de fundo psicológico em conjunto com outros intervenientes como alimentação, ambiente, atividade física, etc.

domingo, 27 de março de 2011

Assim

Outro dia estava em um velório. Há algum tempo eu não sinto algumas emoções com muita intensidade, para mim as coisas estão em um nível médio, algumas coisas...
Eu procuro sempre ver a maior parte das coisas pelo tal “lado positivo”. Eu não sinto a morte com intensidade, eu não sinto um nascimento com intensidade, seja ou não na minha família. Será este sinal de ter me tornado uma pessoa mais fria e calculista pensei?
Não concluí. Em realidade sempre foi assim, a celebração da vida é algo natural em outras pessoas, e a passagem da morte com dor e lágrimas me fez perceber que era natural a morte. Uns vão outros vêem. Apenas achei forçado por parte de algumas pessoas ficarem se fazendo de triste e tal, respeito e seriedade tudo bem, mas o morto nem tinha grana, para que essa de “ohh vai chorar”?
A diferença consiste em como o sujeito digere aquilo que o mundo lhe oferece.
Eu geralmente não estou nem aí para muita coisa o que faz de mim um alguém razoavelmente contente. Visto que metade do que me dizem entra por um ouvido e sai pelo outro.
Como estou sempre concentrada em alguma “ideiafixa” o resto do mundo não me importa muito, conseqüentemente não me afeta, portanto quando eu “desfixo” tenho diante de mim a-vida-como-ela-é e peço a todos os santos, cainimeem2012!

 PS:Como dizia famoso escritor brasileiro, em velório podemos abrir até gaveta... E sem desrespeito aos mortos e familiares, é melhor que festa, não tem aquela musica chata, você conhece muita gente bacana, e rola uma fofoca soooltaaa!

domingo, 20 de março de 2011

Eu não queria ser Bipolar

Cérebro


Eu não queria ser Bipolar.
Não gostaria que mudanças climáticas mínimas me alterassem.
Eu quero ser normal. Minha luta é esta. Às vezes me confundo e deixo de viver o meu tempo para superar a situação.
Viajar para mim, ainda que eu adore, é sempre uma tarefa homérica.
Eu protesto contra a minha fisiologia cerebral que me construiu como sou!
Eu luto diariamente contra aquilo que esta doença almeja e deseja fazer de mim.
Caio, levanto, caio, levanto, me canso e choro, me deprimo, rio da minha situação.
Rir para mim é sempre o melhor remédio ainda que seja uma crise de risos.
Vou para o meu próprio abrigo mental e me aninho, lá dentro encontro comigo e meu ponto de equilíbrio.
Volto refeita para as batalhas diárias.
Mas um dia queria um colo para deita e deixar as lagrimas que brotam da inconformidade, da peleja interior, baixar a guarda com alguém um pouco, só o suficiente para deixar sair o inconformismo e a dor.
Porque dói ser aquilo que nunca pensaste ser. Vitima de tuas próprias teias mentais.
Não tenha pena, não sinta dó, dê pão e leite à moça que lhe pede todos os dias. Ela deve precisar muito mais de compaixão que eu. Eu preciso da força que a terra me dá todos os dias.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O Fator Bipolar!

Bem, como dizer, eu preciso postar alguma coisa, afinal, são mais de dez dias sem nenhuma postagem nova.
Estes dias foram tão internalizados, tão na minha mente que até andando pelas ruas eu não vi muito que se passava lá fora.
Acredito que acesas minha auto-vigilância e auto-detecção de ambientes hostis de certa forma me internalizei, apesar de soltar uma que outra bomba por aí.
Por isso os dias foram passando iguais/diferentes, até hoje...
Uma coisa é ser Bipolar, outra é ter o caráter forte!
E isso é algo que pouca gente sabe diferenciar, e que outras gentes adoram diagnosticar!
Basta dar uns gritos ali acolá e depois sentar na televisão porque tava todo mundo rodopiando feito louco pela casa na hora da sua série favorita que pronto! 
A pessoa é bipolar porque grita e depois fala baixo, a pessoa é bipolar porque muda de humor, a pessoa é bipolar porque não tem cor predileta, é bipolar porque é oito ou oitenta!
NÃO, NÃO É NÃO!!
5% da população mundial são bipolares e agora todo mundo quer ser ou alguém quer que o outro seja porque é mais fácil conviver!
Que fácil seria, se ser Bipolar fosse uma coisa fácil! Se remédio desse em árvore e humor se estabilizasse como uma balança bem regulada!

É como ataque cardíaco confundido com Síndrome de Pânico ou vice versa!
Notamos gente que eu estou um poço “retada” como se diz pelos meus lados.
É que muitas vezes se torna difícil diferenciar quem sou eu, uma pessoa com personalidade forte, e quem é o Fator B.
Mas eu sou eu, e pretendo continuar sendo!


Deus Please preciso de umas E.M.D.R.zinhas!! 



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Credere Obbedire Combattere

Hoje eu gostaria de escrever sobre uma coisa que foi muito importante para mim.
Apoio.
Quando voltei para casa dos meus pais estava totalmente desfeita, minha mãe me olhou e não me reconheceu. Em palavras dela mesma “eu não vi você quando te vi”.
Meus pais simplesmente disseram “ela está doente e ponto” eu estava livre e com a única responsabilidade de melhorar, e teria o tempo que fosse necessário desde que estivesse disposta, para tal.
A idéia deles, nem a minha, não era estar apoiada pela doença a vida toda, lembro que meu pai (quem em realidade é meu padrasto) fez para mim uma camisa onde ele escreveu CRER, OBEDECER E COMBATER.*
Não digo que em nosso ambiente familiar eram tudo as mil maravilhas, somos uma família particular, porém mantemos a paz com amor e carinho, e também, muita paciência!
Mas o fato de que alguém me compreendesse e me apoiasse, e além de tudo me estimulasse positivamente foi e é sempre um presente continuo na minha vida.
Meu pai conseguiu sustentar emocionalmente a minha mãe para que ela pudesse me apoiar mesmo que eu gritasse e esperneasse e jogasse todas as culpas do mundo nela. Eu massacrei muito a minha mãe e meus irmãos, e meu padrasto também de certa forma.
Mas sempre que eles notavam que eu não estava bem, ainda que ninguém é de ferro e eles às vezes perdessem a paciência, sempre consultaram meus psicólogo e psiquiatra, sempre levaram em consideração que não era eu, que eu precisava de tempo para que os remédios fizessem efeito e me estabilizassem.
 Eu aprontei muito, errei muito e pedi não pedi desculpa porque disse que não valia à pena, reconheci meus erros e prometi aprender com eles e não voltar a cometê-los.
Lembro-me de momentos familiares frente à televisão em que me obrigavam a sentar com a coluna ereta porque me diziam que a postura ajudava a auto-estima, e ajuda!
lembro quando quis trabalhar, e na época não dava, eles deixaram, mas me protegiam de mim mesma, só hoje me dou conta. O tempo passa e te mostra o valor das pessoas, eu gosto do tempo, aprendi a aprecia-lo.
Toda ajuda é valida, mas essa foi impagável.
O problema foi sair do casulo depois!
Agora é vida nova, para mim desde dois mil e sete os anos não passavam, apesar de eu comemorar intimamente a cada ano meus logros psicológicos.
Agora espero poder passar pela prova maior, a de voltar às raízes e ficar fora das asas de “mãe e papai”.
Por isso, mesmo que eles não leiam isso agora, mas espero que um dia leiam MUITO OBRIGADO, AMO VOCÊS!

*Usamos apenas como ditado, brincadeira, não somos fascistas, comunistas, direitistas, esquerdistas, eu realmente, cá dos meus dois lados gosto de história mas não gosto de política.