sábado, 21 de janeiro de 2012

É proibido pensar!

Tenho me dito isso ultimamente.
Vide o fato de que não tenho publicado há alguns meses.
Mudança de país, cidade, ficar sem internet um tempo, mas aqui estou eu, retornando àquilo que me desmantela quando me deixo pensar: minha condição bipolar.
A vigilância é parte do dia, da noite, parte de mim.
Nos momentos em que me deixo ser, ou deixei-me ser como lembrete inconsciente a mim mesma, de que há de fato, outra coisa a me testar constantemente.
E esta outra coisa as vezes dormita dentro de mim, outras, como agora, acorda em sinal de alarme, reclamando que foi indevidamente incomodada.
No meu fórum interno delibero, oque está causando esse reboliço?
Aniversário+ Natal+ Ano Novo= pensar em mim mesma!
Pensar em mim e sobre mim nunca foi algo que eu gostasse, mas, se tornou um exercício obrigatório.
Quem tem TAB e está bacana sabe a necessidade de fazê-lo, ainda que seja, algumas vezes, o trampolim para um novo episodio.
 Pois bem, não é proibido pensar, posso fazê-lo. E quando o faço me sinto atada, amarrada, presa mesmo por pilulas, horários, e controle comportamental.
Eu sinto falta de ser "normal", de pensar em viajar sem ter que planejar quantos comprimidos vou precisar.
Sou rebelde nata, controlar essa rebeldia, ou sublimar ela positivamente me esgota.
Uma pessoa com TAB pode ter uma vidar normal dizem os médicos, claro que podemos, física e psicologicamente passamos desapercebidos, nos misturamos com os demais.
Mas o esforço para cumprir com a vida é o dobro de um ser humano normal.
Admiro tanto quem tem um empreguinho medíocre! Quem vai todos os dias à faculdade até se formar! Esse tipo de coisas os médicos não nos dizem; "você terá dificuldade em fazer o mesmo todos os dias".
Então você me dirá: mas acordar, ver TV, escrever, etc.. não é fazer o mesmo todo dia?
Sim é, mas tente trazer uma atividade extra à isso, experimente!
O ir e vir para mim é aterrorizante! Mas eu sou fruto desse ir e vir.
Me digo sempre, nada como o tempo para estabelecer as coisas em nós. Então ao tempo me ofereço todos os dias sem me auto-violentar.
Sem pensar...

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